domingo, 19 de junho de 2011

CDU RESISTE E AVANÇA

Os resultados das últimas eleições legislativas representam um grave retrocesso na difícil luta que o povo português vem travando contra os crescentes ataques dos grandes interesses económicos e financeiros, protagonizados pela política colaboracionista do PS e pela cínica anuência do PSD e CDS, numa estratégia de “cozedura em forno lento” com que vinham “confecionando” o governo de Sócrates.
Tal política capitulacionista, só poderia ter o resultado que teve: um crescente endividamento externo do País, um aumento exponencial do desemprego e um ataque especulativo, em larga escala, dos mercados financeiros à nossa dívida, a empurrar Portugal para a beira do precipício. Perante o dramatismo deste quadro, o Partido Comunista apresentou um largo conjunto de medidas, comprovadamente coerentes e sustentadas, assentes na forte aposta na produção nacional, em políticas fiscais de pendor acentuadamente progressivo, com especial incidência, nos lucros dos grandes poderes económicos e financeiros, em políticas de combate ao desemprego e no incentivo às pequenas e médias empresas. Mas, a esta “troika nacional” (PS, PSD e CDS), não interessava “assustar” o grande capital e, comprometida como estava, com o FMI e seus derivados europeus, lançou uma escura nuvem de silêncio sobre estas propostas, fazendo crer, com a conivência da comunicação social, de que tal “ajuda” (e que belo negócio não é, emprestar tantos milhões a taxas de 5 a 6%), era incontornável. Tal falácia levou a um estado de profunda letargia e resignação de muitos dos eleitores, que, cansados de falsas promessas e descrentes nas instituições, se abstiveram de votar, com uma abstenção recorde de 41%! 
Apesar de tudo isto, com a dramatização encenada pelos poderes político e mediático, com o claro objectivo de bipolarizar as votações; com o silenciamento das posições da  CDU e do PCP, sobre a não inevitabilidade da farisaica ajuda financeira internacional e sobre a necessidade de renegociação da dívida, fortemente lesiva dos interesses do povo em geral; e da humilhante aceitação de um programa de governo imposto pela troika, fortemente desmobilizador das energias nacionais, 
A CDU RESISTIU E CRESCEU!
No distrito, cresceu mais de 5% da sua massa eleitoral (15.729 votos), com mais 754 votos do que em 2009 e mais 1.935 do que em 2005. No concelho, a CDU também reforçou a sua posição, com mais percentagem e mais votos (3, 58% contra 3,25 em 2009, com 909 votos, ou seja mais 65). Mas tão importante como os resultados, foi a manifesta e crescente simpatia com que as populações receberam os militantes e candidatos, durante a campanha eleitoral, um sinal de que algo está a mudar nas consciências de muitos dos portugueses, que, aos poucos, se vão libertando das grilhetas e dos preconceitos, que, ao longo de gerações, os poderes dominantes, lhes foram impondo.
Estes são sinais animadores para os tempos difíceis que se avizinham, em que, perante a prometida ofensiva contra o emprego, contra os salários, contra as pensões, é imperativa a união de todos os democratas e progressistas, para travar esta difícil luta, e que também o é, a favor do emprego, contra os despedimentos, pela valorização dos salários e pensões, pelo acesso ao ensino e à saúde e pelo desenvolvimento e justiça social.

Concelhia do PCP de Águeda

segunda-feira, 30 de maio de 2011

CDU QUER UM DEPUTADO EM AVEIRO

A comissão de concelhia do PCP de Águeda promoveu, no passado sábado, na Escola Secundária Marques de Castilho, uma sessão de esclarecimento, com a presença de João Ferreira, deputado do Partido Comunista no Parlamento Europeu e Júlio Balreira e António Ferreira, oriundos de Águeda e candidatos a deputados pelo circulo eleitoral de Aveiro,  às próximas eleições.
Numa longa intervenção, o eurodeputado comunista criticou fortemente a denominada troika” (grupo formado pelo FMI, Banco Central Europeu e União Europeia), cujo programa de intervenção financeiro considerou lesivo da “soberania nacional”. “É preciso desmontar a ideia da sua inevitabilidade”, acrescentou, referindo as “50 medidas alternativas” apresentadas pelo PCP, que passariam , também, pelo aumento da taxação da banca e dos impostos sobre o lucros das grandes empresas e que o “PS, o PSD e o CDSD procuram escamotear”. Também culpou a nossa decisão de entrar na União Europeia, numa altura em que a nossa situação económica era tão precária, pelo actual estado de coisas na agricultura, nas pescas e na industria. Para João Ferreira, a solução para os grandes problemas com que o País se defronta, é “a aposta na produção nacional”! E analisou as consequências das medidas que, desde os tempos de Cavaco Silva, têm sido tomadas para aliviar a crescente dívida pública, assentes na privatização do sector público. “Desde a governação de Cavaco Silva, quando a dívida pública atingia então os 50%, até hoje, já se privatizaram mais de 100 empresas públicas, tendo como resultado, que, até hoje, a nossa divida aumentou para o dobro, para os quase 100%”.
No final da sua intervenção, fez uma análise ao que tem sido a campanha da CDU nesta maratona eleitoral, onde vislumbrou uma grande receptividade às suas ideias e manifestou-se convicto de que esta coligação atingirá o seu objectivo de eleger Miguel Viegas como deputado pelo distrito de Aveiro.

domingo, 29 de maio de 2011

MIGUEL VIEGAS VISITA MERCADO DE ÁGUEDA

Miguel Viegas, cabeça de lista pelo distrito de Aveiro às eleições legislativas de 2011, esteve no passado sábado, dia 28, no mercado municipal, numa acção de campanha. Com ele, estiveram Lúcia Gomes, candidata número dois e Júlio Balreira e António Ferreira, também candidatos e pertencentes à concelhia de Águeda.
Foi notório o descontentamento da população em geral, com a política seguida pelo governo de José Sócrates, a sua preocupação com a actual situação económica e financeira do País e com o futuro sombrio que se vislumbra para a classe trabalhadora, só possível pela concordância do PS, PSD e CDS com os ditames estabelecidos pela “troika”.
Só uma política patriótica, que dê prioridade à produção nacional, ao emprego e à qualificação, poderá salvar Portugal do abismo para onde o querem colocar; só com políticas que combatam o desemprego, a precariedade e os baixos salário, poderemos inverter este rumo, que só nos conduz a mais endividamento público e privado e a maiores desigualdades económicas e sociais; só com políticas fiscais mais progressivas, com especial incidência na taxação dos grandes lucros das bancas e no combate aos off-shores, poderemos aliviar a enorme carga fiscal que pesa sobre os contribuintes mais indefesos; só defendendo e reforçando as conquistas alcançadas pelo povo português, nomeadamente, na área da Saúde, do Emprego e da Educação e que incorporam hoje, o chamado Estado Social, combateremos eficazmente esta barbárie neo-liberal, que, em nome dos grandes interesses, tudo pretende destruir.
Por tudo isto e pela consequente luta que vem sendo desenvolvida pela CDU, em favor do progresso e em favor das classes trabalhadoras, a concelhia de Águeda do PCP acredita, sem sofismas, que Miguel Viegas será eleito deputado nacional pelo distrito de Aveiro. Por isso, a concelhia de Águeda do PCP apela a todo o povo da nossa terra, que manifeste democraticamente o seu desejo de mudança no próximo domingo e vote na CDU, um voto Seguro, um voto na Mudança e um voto num Futuro Melhor para Portugal!

A concelhia de Águeda do PCP

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Foi com grande entusiasmo e crença no futuro, que a concelhia do PCP de Águeda se reuniu, no passado dia 25 de Abril, num restaurante nos contrafortes serranos do Préstimo, junto ao rio Alfusqueiro, para comemorar o 37º aniversário da revolução dos cravos. Com a presença de Francisco Simões, António Ferreira, Jaime Canas, Marrinhas, Dionísio, Nelson Leal e muitos outros camaradas, o encontro serviu de mote para uma reflexão sobre o evoluir da revolução dos cravos e o seu desembocar neste lodaçal económico, financeiro e social em que o País se encontra.
Ficou claro, nesta reflexão, que foi inflexão neoliberal, a alterar o rumo dos caminhos traçados a 25 de Abril de 1974, que provocou este impasse na História de Portugal. Um impasse que se caracteriza por uma acentuada desigualdade social, com um forte aumento de desemprego e da miséria, com a destruição sistemática das pequenas e médias empresas e um escandaloso acumular de capital nas mãos das grandes fortunas, à custa da miséria e da exploração das classes trabalhadoras. Com a globalização a servir que nem uma luva os interesses do grande capital económico e financeiro e a crescente perda de soberania do nosso País, verifica-se, a par da destruição do nosso tecido económico e do Estado Social, um crescente desequilíbrio nas contas externas, com Portugal à beira da bancarrota. Concluiu-se que, só com outra política que privilegie a produção nacional, o investimento público produtivo e o emprego, Portugal poderá sair deste ciclo vicioso por onde se meteu, desde 1979 até aos dias de hoje. Com as receitas impostas pelo FMI em 1979 e 1983 a produzirem os resultados já conhecidos e com as consequências das políticas de direita seguidas de então até aos dias de hoje, não restam ilusões sobre as receitas, sempre as mesmas, que a actual troika irá prescrever e as trágicas consequências que estas irão acarretar para o nosso povo.
Por isso, torna-se necessário, mais do que nunca, apelar à população e aos militantes do concelho de Águeda. para que se unam na luta e na rejeição da política que se apresta a ser imposta e a dar a devida resposta no acto eleitoral do dia 5 de Junho. Só com o reforço do PCP e da CDU no Parlamento, será possível criarem-se condições para a afirmação de uma política de esquerda, que defenda os interesses dos trabalhadores e de Portugal.

quinta-feira, 24 de março de 2011

O POVO, PEÃO SACRIFICADO DESTE XADREZ EUROPEU

À hora em que escrevinho este articulado, ainda este governo estrebucha, nos seus estertores finais.  Uma morte que, de há muito vinha sendo anunciada por quase todos e por todos desejada. Só a hipocrisia de alguns, em nome de estratégias blindadas, foi  enevoando os seus inconfessados planos de eleições gerais antecipadas.

Portugal é, hoje, um País ingovernável e uma batata quente que ninguém quer assumir. Á beira da bancarrota, com os juros da divida a atingirem, a cada mês que passa, valores históricos e com uma economia em recessão e sem qualquer luz ao fundo do túnel;  com o governo a recorrer a medidas cada vez mais impopulares para controlar o déficite,  a divida soberana a subir cada vez mais, e o governo a teimar, sempre com as mesmas receitas recessivas, e ele a dar-lhe, e  a burra a fugir-lhe…; com o PSD sem saber para que lado se há-de virar, ora a apoiar o governo, em nome do putativo superior interesse nacional e a abrir úlceras internas de contestação, ora a ameaçar rupturas sempre adiadas, para apaziguar a rapaziada mais intranquila, mas, manifestamente, sem uma estratégia clara de oposição. Um País, em resumo, a ser cozido em lume brando, com os estrategas partidários amarrados nas suas próprias contradições, sem capacidade de acção, a verem o País a afundar-se, com um resignado encolher de ombros. À espera de Godot…
Sócrates percebeu que tinha que fazer alguma coisa. E fê-lo, de forma brilhante, mesmo que, à custa de todos nós. Adivinhando uma moção de censura vitoriosa, que o PCP já andava a cozinhar, não quis sair pela porta pequena e antecipou-se. Condimentou um novo PEC, saturado de salmonelas, que sabia que a oposição, de maneira nenhuma, engoliria, mandou às malvas as boas maneiras, como se não houvesse povo, nem instituições e foi de abalada a Bruxelas, recolher a bênção do Supremo Poder. Pedro Passos Coelho, maçarico nestas coisas da alta política, que acalentava o sonho de vir a ser poder sobre os escombros da má governação socialista, viu-se, de repente, com a criancinha nos braços e lá fez o frete a Sócrates. Eleições gerais antecipadas.
Sócrates cedo percebeu que, sozinho, caminharia, a passos largos, para o suicídio político. E quanto mais tarde estivesse naquele braseiro governamental, mais se queimaria. Coelho acalentava o sonho de Sócrates cumprir esta legislatura, fazer o trabalho sujo, que o FMI e o FEE, a prestações vão impondo e, depois, aparecer ele, com a casa mais limpa e as dividas mais controladas, a animar a malta com algumas migalhas e a estender a espada da vitória e a traçar os caminhos do futuro.
As consequências políticas destas eleições, não oferecem grandes dúvidas. Com uma provável vitória do PSD, mas sem maioria e com o País num profundo estado depressivo, só lhes resta uma saída: Uma ampla coligação que abrangerá o PS, PSD e CDS, numa postura, mais uma, de meninos de coro, bem comportados, a suplicarem aos senhores do dinheiro, das agencias de notação e à senhora Merkel, que nos dêem a mão e nos salvem desta trapalhada, onde eles próprios nos meteram.  Inaugura-se um ciclo, com um conteúdo político já conhecido, com as receitas já tantas vezes provadas e com as contra-indicações que são bem conhecidas de todo o povo português. Mais um ciclo com os dias contados, mas que importa? Enquanto o pau vai e vem, folgam as costas, parece ser o lema do poder…
A Europa que começou por parecer a nossa Salvação, é hoje, a nossa Perdição. Sem Ela não vamos a lado nenhum mas, com ela, e com estes nossos timoneiros, o nosso Destino parece ser apenas um: o Abismo!

quinta-feira, 17 de março de 2011

O NOSSO BLOG

Ana de Sousa Dias teve no Canal 2 da RTP, há cerca de 2 anos atrás, um programa que eu via, sempre que podia.
Um programa inteligente, que falava, entre outras coisas, sobre livros, a escrita e a leitura. Ou seja, falava sobre os homens e o mundo!
Tinha um genérico, com uma música muito bonita, no qual aparecia escrita uma frase, para mim marcante, da escritora francesa Marguerite Yourcenar:
“a palavra escrita ensinou-me a escutar a voz humana”
A leitura ensina-nos a comunicar de uma forma clara.
Através da escrita e também da fala. E é através da comunicação e do entendimento, que os povos avançam no sentido de construírem projectos de sociedade, a nível individual e colectivo, que sejam ajustados aos padrões civilizacionais exigidos pelos cidadãos mais esclarecidos em pleno século XXI.
Este “blog” pretende, entre outras coisas, abrir-se à participação das pessoas que tenham um conjunto de objectivos comuns e um projecto de sociedade, onde se procure atingir uma maior igualdade e fraternidade entre os homens.
Onde a escrita e a voz humana, como meios de comunicação, sejam bandeiras de cultura, de partilha de sentimentos e de liberdade.
Por isso, todos os comentários ou textos serão bem vindos ao nosso “blog”. Obviamente, desde que estejam de acordo com “a linha editorial” e com os princípios e objectivos dos seus promotores. Ou melhor, desde que contribuam para a construção de um mundo mais fraterno e mais justo.
Francisco Simões